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Quando pesquisamos o significado de sexualidade as principais informações que obtemos se resumem a: modo de ser e até mesmo se manifestar, bem como se comunicar com as outras pessoas, de ter sentimentos, de se expressar e de viver o amor humano.

Dessa maneira compreende-se sexualidade como parte fundamental e integrante do desenvolvimento da personalidade de um indivíduo assim como do seu processo educativo.

Em outras palavras, é o conjunto de comportamentos que contribuem para que haja satisfação e, também, desejo sexual.

Portanto, teoricamente não há restrições no campo da sexualidade. Ela está aí para todos!

Deve, inclusive, fazer parte da vida de todo ser humano. Dessa forma entendemos que as pessoas com deficiência também estão inseridas nesse universo.

Isso porque elas também possuem e desenvolvem comportamentos ligados à sexualidade.

A deficiência, seja ela qual for, não faz alguém menos atraente. Ser sexy é questão de atitude, de confiança, é amar acima de tudo.

Afinal, quem não gosta de carinho, não é mesmo? Não é porque a pessoa é cadeirante, que perdeu toda a sua sensibilidade.

E é justamente sobre isso que iremos falar aqui no SEXO SOBRE RODAS.

DE FRENTE COM A VERDADE

Antes de tudo precisamos falar a verdade. Apesar de ser uma das maiores preocupações das pessoas com deficiência, diversas pesquisas revelam que a maioria das PCD tem vida sexual ativa.

Claro que sabemos que algumas questões não serão as mesmas, a exemplo da ereção no caso dos homens e excitação para as mulheres com deficiência, cadeirantes.

Contudo, tanto a pessoa com deficiência quanto seu parceiro deve descobrir formas para ter uma vida sexual ativa e saudável.

Não há limites para aqueles que querem ser feliz ao lado da pessoa amada, por isso, saiba que você pode viver de forma intensa seus momentos íntimos de prazer.

Não limite-se e não permita que isso tire de você momentos únicos e prazerosos.

Agora que você conhece a verdade, busque informações e meios de tornar sua vida sexual algo tão natural quanto deveria ser.

SEXO AINDA É TABU

Em pleno século XXI é até ridículo dizer que falar sobre sexo ainda é um tabu em nossa sociedade.

Apesar de vermos nos filmes e nas novelas, sabemos que sentar para conversar sobre sexo ainda é algo que parece ser de outro mundo.

E, por causa disso, muitos preconceitos ainda estão vivos nas pessoas. Um dos principais é de que uma pessoa com deficiência é uma “coitadinha” que deve ser tratada como alguém frágil.

E, consequentemente, é quase que inadmissível cogitar, muito menos falar, que as pessoas com deficiência podem e devem ter uma vida sexual ativa.

Portanto, se falar sobre sexo ainda é um tabu, imagine sexo de pessoas com deficiência?

Porém, não podemos permitir que esse preconceito continue sendo propagado como se fosse uma verdade absoluta.

Você não é uma pessoa assexuada porque tem alguma limitação seja de nascença ou adquirida. Não deixe as pessoas tirarem isso de você. Sexo é vida! E você está vivo! Você está viva!

 

PRECONCEITO SOBRE SEXO DE PCD

Outro preconceito bastante disseminado na sociedade é de que pessoas com deficiência só devem se envolver emocionalmente com pessoas com deficiência.

Quando falamos isso parece que estamos falando com pessoas da época das cavernas.

As pessoas precisam se envolver com outras pessoas! As características que precisam ser observadas não são [ou não deviam ser] as físicas apenas. Caráter, honestidade, carinho, respeito, compreensão, amor, química, sim! Essas são algumas virtudes inegociáveis para que qualquer relacionamento der certo.

Portanto, você não é obrigado a se envolver apenas com quem também tem alguma deficiência.

A única coisa que não deve ser negociável é o respeito. O respeito mútuo faz as coisas darem certo.

Mas, agora que já falamos um pouco das partes chatas desse assunto, que tal você vir comigo nessa leitura apimentada?

Agora vem a melhor parte desse eBook que tem como finalidade mostrar a você que é possível você ter uma vida sexual saudável e feliz.

Para isso, listei para MULHERES e HOMENS CADEIRANTES posições prazerosas para a hora H.

5 POSIÇÕES SEXUAIS QUE DÃO PRAZER A MULHERES CADEIRANTES

1 – Conchinha

Posição em que o casal fica grudadinho de conchinha. Considerada uma posição gostosa e romântica.

2 – Abraço sentado

Nessa posição a parceira é posicionada pelo seu parceiro que sentado coloca sua parceira sobre suas pernas. Uma vez que o parceiro estará com os braços livres pode ajudar o movimento de vai e vem de sua parceira que pode aproveitar para auxiliar e também acariciar o seu parceiro.

3 – Papai e Mamãe

Essa é a posição que nunca pode faltar, pois satisfaz homens e mulheres. Fica a critério do casal decidir se com as pernas mais ou menos abertas é mais prazeroso.

4 – Borboleta deitada

É outra posição deliciosa para os dois. A mulher é posicionada por seu parceiro que ao levantar suas pernas pode apoiá-las com seus braços.

5 – De quatro

Se você pensou ou alguém te disse que é impossível uma cadeirante fazer sexo de quatro afirmo que é um engano. Para isso o parceiro vai precisar posicionar sua parceira com travesseiros, na cama ou no sofá. Com criatividade e amor tudo funciona!

5 POSIÇÕES SEXUAIS QUE LEVAM HOMENS CADEIRANTES À LOUCURA

1 – Borboletinha

Nessa posição o parceiro fica deitado com as pernas esticadas enquanto sua parceira senta sobre ele de joelhos, enquanto isso ela inclina-se para trás apoiando-se em seus braços e realizando movimentos que podem ser leves ou mais intensos.

2 – Grudadinhos

Com o parceiro deitado a mulher se posiciona de costas em cima dele. Enquanto isso carícias podem ser trocadas.

3 – Balanço Sensual

O parceiro, nessa posição, se deita com metade das pernas pra fora da cama enquanto a parceira se senta em cima dele com as pernas abertas e com os joelhos dobrados. Dessa maneira ela consegue manter o controle dos movimentos e até mesmo a intensidade.

4 – Uma cadeira para dois

Essa posição pode ser realizada até mesmo na própria cadeira de rodas, porém não pode esquecer de travar a cadeira. A parceira se senta em cima do homem apoiando as suas pernas nos ombros de seu parceiro. Para isso a parceira precisa ter muita flexibilidade o que levará seu companheiro ao delírio.

5 – Posição X

É a posição em que o homem fica deitado com as pernas um pouco abertas e a mulher deita em cima dele, mas virada pra baixo, enquanto seu parceiro está deitado virado pra cima. Além de uma posição prazerosa, o parceiro terá uma visão privilegiada.

SEXO SOBRE RODAS

Como as pessoas que usam cadeira de rodas fazem sexo? A resposta simples é: geralmente na cama!

Para começar, é importante lembrar que as pessoas que usam cadeiras de rodas ainda podem ter plena sensação e controle dos seus órgãos sexuais, incluindo aquelas com lesões na medula espinhal.

No entanto, para algumas pessoas, sua deficiência pode afetar a função sexual, como perda ou alteração da sensibilidade, dificuldade em controlar os músculos, e alguns homens podem não conseguir ou manter uma ereção.

Mesmo assim, algumas pessoas que não sentem abaixo da cintura ainda podem ter um orgasmo com práticas sexuais mais “tradicionais”.

Cada pessoa precisa simplesmente conhecer seu próprio corpo e aprender como ele reage a certas situações.

SEXO É MUITO MAIS DO QUE O ATO EM SI

Mesmo que alguém não consiga uma ereção, ou tenha um orgasmo no sentido ‘tradicional’, não há absolutamente nenhuma razão para que eles não possam desfrutar do sexo.

Pessoas com lesões na medula espinhal relataram sentir grande prazer de estimulação em áreas como os braços, orelha, pescoço, bochecha e mamilo, tanto que pode até levar ao orgasmo!

Muito prazer sexual é sobre o que acontece no cérebro também. Existem todos os tipos de maneiras de melhorar isso, seja através de fantasias, relaxamento, meditação ou técnicas de respiração. E a melhor maneira de fazer isso é com um parceiro amoroso que você confia!

SOBRE DEFICIÊNCIA FÍSICA

Ter uma deficiência física não significa que você não pode desempenhar um papel ativo em travessuras sexuais!

É claro que, embora algumas posições possam ser complicadas, há muitas coisas que podem ajudar a superar os desafios físicos, como usar cadeiras deslizantes ou balanços até encontrar uma cama, ou mesa na altura certa.

Até mesmo uma cadeira de rodas pode ser uma ótima ajuda. Onde há vontade, há um caminho!

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA LGBT

Não é preciso dizer que, como em qualquer parte da sociedade, as pessoas com deficiência podem identificar-se como LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Transexuais). No entanto, como às vezes as pessoas com deficiência são incorretamente vistas como assexuadas, as pessoas esquecem esse fato!

Sexualidade e preferência sexual são coisas muito pessoais. Algumas pessoas são atraídas pelo sexo oposto, algumas têm uma atração pelo mesmo sexo e outras são atraídas por ambos os sexos.

PRECISAMOS FALAR DE SEXO

Garantir que todas as pessoas sejam informadas sobre educação sexual e tenham acesso a recursos é de extrema importância. Aprender sobre consentimento, DSTs, contracepção, gravidez e sexo seguro faz parte dessa educação.

As pessoas com deficiência precisam de um ambiente confortável para falar abertamente sobre as suas experiências. Se qualquer reclamação for levantada, ela deverá ser devidamente tratada pelos membros da família, provedores de serviços e pelo sistema de justiça criminal.


SEXO E DEFICIÊNCIA: POR QUE NÃO?

As pessoas com deficiência experimentam discriminação por meio de barreiras e atitudes negativas. Isso é tão verdadeiro na aventura sexual quanto em tudo o mais.

Cadeirantes estão suscetíveis a encontrar barreiras em forma de questionamentos como: O ambiente é acessível? O quarto é acessível? A cama é acessível?

Essas barreiras se sobrepõem e se cruzam entre os grupos de deficiências, e a frustração é alta em saber que esses obstáculos podem ser removidos, ou pelo menos modificados, se a vontade existir.

As pessoas com deficiência precisam e merecem ter relações íntimas e positivas até mesmo com sua própria sexualidade como qualquer pessoa.

AINDA EXISTEM MUITOS MITOS

Nascer ou adquirir uma deficiência envolve muita adaptação, exigindo que você reaprenda as atividades cotidianas, ou as aprenda conforme sua realidade.

Para as pessoas que possuem algum tipo de deficiência, a movimentação pelo mundo torna-se um processo individualizado que envolve a constante renegociação de estratégias.

Apesar dos progressos feitos nas últimas décadas para permitir a todas as pessoas igualdade de acesso, aos espaços públicos, a educação sexual, esse é um tema que continua a ser um ponto esquecido quando falamos de acessibilidade.

Fazer perguntas sobre sexo pode ser desconfortável para qualquer um. Mas para pessoas com deficiências é especialmente difícil.

Até mesmo profissionais de saúde, por vezes, não estão adequadamente preparados para responder às preocupações e questionamento sobre saúde e função sexual de pessoas com deficiência.

Deficiência e sexo são duas palavras que, por algum motivo em nossa sociedade, não caminham juntas.

A maioria das pessoas assume que, se você é deficiente, o sexo não faz parte da sua vida. Muitos acham difícil acreditar que as pessoas com deficiência namoram e têm relacionamentos.

RISCOS DA NÃO-INFORMAÇÃO

Manter as pessoas com deficiência no escuro sobre sexualidade e função sexual tem consequências reais. Crianças com deficiência correm mais risco de sofrerem abuso sexual do que as fisicamente aptas.

Adultos com determinados tipos de deficiência também são alvos de abusos sexuais justamente por não haver conversa sobre o assunto.

“VOCÊ PODE FAZER SEXO?” PERGUNTA PROIBIDA!

Este é um equívoco comum. A maioria das pessoas só pensa em sexo em termos de penetração. Existem tantas outras maneiras de alcançar esse objetivo, explorando os corpos uns dos outros, o prazer pode ser ainda maior.

Há muito mal-entendido sobre deficiência por aí. Eu acho que é sempre melhor perguntar a uma pessoa sobre sua deficiência, contanto que você não esteja sendo ofensivo.

A maioria das pessoas com deficiência prefere falar sobre isso em vez de deixar as coisas embaraçadas.

SOBRE AS QUESTÕES SEXUAIS

Quanta sensualidade tem uma pessoa paraplégica? Pode um homem com esclerose múltipla ter uma ereção? E uma pessoa com deficiência mental tem necessidades sexuais? Há muita incerteza na sociedade quando se trata de deficiência.

O medo de que uma pessoa deficiente possa, de fato, ser sexual, confunde pessoas consideradas “fisicamente normais”.

 

As pessoas tendem a supor que existem limitações físicas. Muitas coisas sobre a sexualidade e a deficiência são apenas as insatisfações das pessoas sobre o sexo em geral (falta de conhecimento / educação, padrões irracionais, pressentimentos, heteronormatividade, foco no prazer masculino e desempenho feminino, medo de ser “estranho”) combinado com a dinâmica de poder que existe em nossa sociedade nos definindo como inferiores.

 

Além disso, a visibilidade influencia sentimentos positivos. Quando as pessoas com deficiência são retratadas como fracas e doentias, torna-se difícil para elas se verem em uma luz positiva.

 

O objetivo é que a combinação de deficiência e sexualidade não seja mais um tabu, e que as pessoas com deficiência se sintam confortáveis ​​e confiantes em seu direito de serem seres sexuais.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS!

Sim, podemos fazer sexo! E não, não deveria ser tabu falar sobre sexo e ser uma pessoa com deficiência com visa sexual ativa e saudável.

O sexo é uma parte fundamental da vida que a maioria das pessoas aprecia, não há nada de errado sobre isso.

Nós podemos e devemos tentar posições diferentes, usar almofadas, dobrar o edredom sob os quadris, encontrar o caminho que melhor funcione para cada um de nós. Envolva-se em suas fantasias. Nós precisamos disso!

Cada deficiência tem sua particularidade, portanto você precisa ter confiança para explorar e aprender verbalmente sobre seus desejos, preferências e necessidades físicas.

Se você ainda tem medo de falar sobre esse assunto, nesse eBook queremos que você se sinta motivado a lançar fora todo medo. Converse com seus médicos, terapeutas, amigos íntimos ou algum familiar.

Não permita que a falta de informações, receios e até mesmo preconceitos tire de você momentos com alguém quem você ama.

Ter uma vida sexual ativa não é errado para quem tem deficiência física. Assuma as rédeas da sua vida e seja feliz. Esse é o nosso papel na vida: ser feliz e fazer alguém feliz.

Conheça seu corpo, suas limitações, seus desejos, suas possibilidades e aproveite cada momento de intimidade com seu parceiro ou parceira.

Informação, conversa e respeito vão contribuir positivamente para que você tenha muitos momentos prazerosos. Invista nisso e verá como sua vida terá uma qualidade ainda melhor.

Descubra junto com seu parceiro ou parceira posições, carícias, locais que mais agradam vocês. Tirem dúvidas com seus médicos, falem sobre o assunto. Enquanto deixarmos isso de lado estaremos abrindo mão de viver momentos e experiências que podem, inclusive, mudar nossas vidas para melhor.

Espero que esse eBook tenha instigado você a pensar mais sobre o assunto e a buscar ter uma vida sexual ativa. Digo e repito que é fundamental para todo ser humano ser sexualmente bem resolvido, feliz e satisfeito. Podemos ter nossa deficiência, mas também somos seres humanos e merecemos ser felizes.

Não podemos deixar que esses preconceitos e tabus nos roubem das inúmeras possibilidade que temos que tornar nossa vida cada dia melhor.

Uma resposta

  1. Foi um dos melhores textos que li sobre o assunto estou começando a me dela com uma pessoa cadeirante e você abordou o assunto como de fato deve ser, normalizando o tema. Bem informativo

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